STJ reconsidera decisão e Atila volta a ter candidatura impugnada em Mauá
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) reconsiderou o pedido
de tutela antecipada feito por Atila Jacomussi (União Brasil) e retirou o
efeito suspensivo referente às análises de rejeições das contas de seu mandato
como prefeito de Mauá, entre 2017 e 2020. Com a decisão, o deputado estadual e
candidato ao Paço mauaense volta a ter os balancetes reprovados, o que pode
levar à impugnação de sua candidatura. A decisão monocrática foi confirmada na
última quinta-feira (19).
O documento foi assinado pelo ministro Teodoro Silva Santos
- o mesmo que em 16 de setembro havia concedido o efeito suspensivo favorável a
Atila, com base na argumentação de que o ex-prefeito não tinha tido a oportunidade
de exercer plenamente seu direito de defesa. Após análise de um recurso especial
da Câmara Municipal de Mauá, entretanto, o magistrado acatou o pedido do
Legislativo mauaense.
Na decisão, o ministro pontuou que, apesar da argumentação
da defesa de Atila, a Câmara de Mauá conseguiu apresentar elementos suficientes
para provar que o ex-prefeito teria recebido notificações válidas sobre o
julgamento de suas contas.
“(...) a reanálise dos fatos demonstra que o requerente, ao
invés de ter sido prejudicado por falhas de notificação, teria ativamente se
furtado às diversas tentativas de citação realizadas pela Câmara Municipal.
Essa conduta revela um padrão de evasão, que não pode ser ignorado ao avaliar a
legalidade e a regularidade dos atos processuais”, diz trecho da decisão.
“No entanto, a alegação de irregularidade nas notificações e
citações é questionada pela própria Câmara, que, ao longo do processo, apresentou
evidências de que diversas diligências foram realizadas, incluindo notificações
por hora certa, via cartório, e até mesmo a utilização de outras formas de comunicação,
como notificações entregues por aplicativos de mensagens. Além disso, em algumas
ocasiões, o requerente compareceu espontaneamente ao processo, o que supriria eventuais
falhas de citação, conforme estabelece o Código de Processo Civil”, aponta
outro trecho do documento.
“Portanto, somadas todas as tentativas e os meios formais
empregados, resta demonstradas, em um juízo sumário, que as notificações foram
conduzidas de maneira regular, obedecendo aos ditames legais. A ampla diligência
da edilidade demonstra o cumprimento dos preceitos processuais e reforça a
legitimidade dos atos administrativos. Desta forma, as alegações do requerente
quanto à suposta invalidade das notificações carecem de fundamento”, encerra.
Com essa decisão, as contas de Atila frente ao Paço mauaense
seguem sendo consideradas irregulares, o que o enquadraria na Lei da Ficha
Limpa, conforme decisão da 217ª Zona Eleitoral, no último dia 3. Desta forma,
ele estaria impedido de participar do pleito do próximo mês. Atualmente, o
deputado estadual aparece com sua candidatura como indeferida em prazo recursal
ou com recurso, na plataforma de Divulgação de Candidaturas do TSE (Tribunal
Superior Eleitoral).
Caso Atila não consiga reverter a decisão no TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), seus votos nas urnas seriam considerados nulos.
Pedido de impugnação se deve a contas reprovadas de Atila como prefeito
O pedido pela impugnação da candidatura de Atila Jacomussi à
Prefeitura de Mauá, acatado pela 217ª Zona Eleitoral, no dia 3 de setembro, em
decisão do juiz eleitoral Ivo Roveri Neto, partiu tanto do Ministério Público
Eleitoral (MPE), quanto de adversários. No último dia 21 de agosto, a promotora
eleitoral Tássia Ismênia da Rocha Silva, do MPE, solicitou o impedimento da
candidatura do deputado estadual, com base na rejeição de suas contas entre
2017 e 2020, quando ele esteve à frente do Paço mauaense. Já a coligação Verdade
Para Mauá Avançar, composta por PT, PSD, MDB, PCdoB, PDT, Podemos, PSB, PSOL, PV
e Rede Sustentabilidade, também havia protocolado ação semelhante.
As avaliações que levaram às reprovações foram feitas pelo
TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo), e aceitas pela Câmara
Municipal. Nelas, foram citados que o município passou por “desequilíbrio
orçamentário e financeiro”, além de serem destacados o pagamento insuficiente
de precatórios e a falta de investimentos em educação.
A decisão de Roveri Neto por impugnar a candidatura de
Atila, entretanto, não levou em conta as acusações de crime de
responsabilidade, que o levou a perder o mandato em um processo de impeachment
no Legislativo, em abril de 2019. O ex-prefeito conseguiu reverter a cassação e
retomou o mandato no Paço meses depois.
Atila Jacomussi teve suas contas de 2017, 2018, 2019 e 2020
reprovadas pelo TCE-SP e pela Câmara Municipal, que em todas as análises
decidiu seguir as recomendações do órgão. Na votação das contas de 2017, 15
vereadores optaram por seguir o parecer do tribunal de contas contra 5
contrários e 2 abstenções. Na análise do balancete de 2018, 17 parlamentares
acataram o proposto pela Corte enquanto 6 aprovaram as contas daquele período. Durante
a avaliação referente aos números de 2019, a reprovação das contas de Atila
ocorreu por 14 votos a 9. Já neste ano, o Legislativo mauaense analisou o
parecer do tribunal referente às contas de 2020 e decidiu, novamente, rejeitar
o balancete por 13 votos a 10.
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